sexta-feira, 1 de abril de 2011

A Umbanda Sagrada



A gênese do universo segundo a Umbanda
 

Segundo a corrente popular, a Gênese começou quando alguns espíritos que habitavam o Reino da Alma, manifestaram o desejo de dar forma ao seu estado sutil. Este desejo, considerado como desobediência ap processo evolutivo normal, facilitou a descida desses espíritos - em que nós estamos incluídos - do reino do Espírito (puro em relação a sua constituição sutil) para o Reino da Alma e daí para o domínio da matéria, densa e caótica. Para que esta descida ao universo da energia-massa ocorresse, foi necessário que o Supremo Espírito em sua infinita misericórdia e bondade, manifestasse, através das hierarquias constituídas, a sua vontade de que o então caótico universo material fosse ordenado para que as almas caídas encontrassem condições para passar por uma segunda via de evolução, onde evoluiriam através da dor e do sofrimento (que são qualidades da matéria densa) até poderem voltar a seu locus original. A tarefa da ordenação ou criação foi ligada a coroa divina que são os Orixás.

A corrente iniciática entende o conceito da criação partindo do conceito básico e metafísico da Divindade Suprema. Acredita firmemente que não é possível compreender todo o processo criativo sem se ter a percepção inteligível e sensível da existência do Supremo Espírito-Deus. O Supremo Espírito é infinitamente bom, justo, sábio e misericordioso. O único que tem como atributos a onisciência, onipresença e onipotência. É a suprema consciência que está acima de todas as realidades, domina o tudo e o nada, sendo o senhor do infinito evolutivo. Como é Arcano Divino em sua origem, sabemos apenas que acima dele não há nenhum outro espírito e abaixo existem três realidades extrínsecas entre si e que são coexistentes: espírito, espaço cósmico e a substância etérea.

O processo de evolução possui dois caminhos, um de ida e outro de volta. Recorramos ao Evangelho de São Lucas, onde Jesus conta a parábola do Filho Pródigo e nos embasemos nela, como comparativo: Observando a história, podemos facilmente perceber os seguintes pontos:
Não houve briga nem luta, nem rebelião entre pai e filho. Houve insubmissão, o filho não deu ouvidos ao pai, visto que queria conhecer o mundo.
Os bens aos quais o filho se referia eram os bens materiais.
O filho, pelo seu livre arbítrio, afasta-se do pai, em busca de aventura, deixando de lado a paz, pureza, inocência, beleza, felicidade e segurança e embrenhou-se por um mundo desconhecido.
Envolvido pela energia deste mundo desconhecido, na ânsia de poder gozar, fartar-se, divertir-se, desperdiça tudo afoitamente e sem prudência. Quando tudo acaba, descobre que os bens materiais não são eternos.
Abandonado pelos pseudo-amigos, passa fome, frio e vergonha. Então, lembra-se do pai, com toda a sua misericórdia e bondade. Resoluto, decide voltar a casa do pai. O espírito então, vence a matéria.
O pai ouve o filho e lhe perdoa.
Como podemos ver, a renúncia e o desprendimento das coisas materiais é a fórmula mágica que religa o homem a Deus. O planeta Terra é apenas um ponto nesta via tortuosa de evolução. É um pequeno astro pertencente ao sistema solar, uma estrela localizada em um dos  braços da Via Láctea, uma galáxia entre bilhões de outras existentes no Universo Astral ou mundo da forma. Para alguns espíritos encarnados se constituiu em caminho de volta ou redenção, mas para outros ainda é caminho de ida ou alienação. Foram tantos espíritos que aqui viveram e ainda vivem e que sentiram arrependimento interior, e demonstraram desejo intenso de voltar a casa do pai, que o próprio Cristo aqui veio para indicar o caminho da redenção.


A Umbanda prega a existência pacífica e o respeito ao ser humano, à natureza e a Deus. Respeitando todas as manifestações de fé, independentes da religião. Em decorrência de suas raízes, a Umbanda tem um caráter eminentemente pluralista, compreende a diversidade e valoriza as diferenças. Não há dogmas ou liturgia universalmente adotadas entre os praticantes, o que permite uma ampla liberdade de manifestação da crença e diversas formas válidas de culto.
A máxima dentro da Umbanda é "Dê de graça, o que de graça recebestes: com amor, humildade, caridade e fé".

Os Orixás

Os Orixás são manifestações do Grande Deus Olorum. Todo o universo surge de Olorum através das radiações que são individualizadas e personificadas em Orixás. Essas radiações são personificadas de formas diferentes nos diversos terreiros - depende da influência histórica que cada um sofreu. A radiação (vibração da água) pode ser relacionada apenas a Iemanjá, mas pode ser subdividida em Oxum: água doce, Nanã: pântano e Iemanjá: mares. Ocorre semelhante com Ossain e Oxóssi.
Muitos escritores da Umbanda relacionam as Sete Linhas aos Orixás, outros preferem relacionar as Sete Linhas com as vibrações e não diretamente a Orixás, já que eles são mais de sete.

O orixá era um ancestral que todos tinham em comum. Geralmente era considerado como o próprio fundador da tribo e deixava grande influência por suas características incomuns de liderança, poderes espirituais e grande habilidade de caça. A tribo tinha no orixá um símbolo da união, pois todos eram filhos diretamente desse grande ancestral; com isso surge o termo Orixá histórico - realmente um rei, rainha, feiticeiro, guerreiro que existiu. A partir da Umbanda se configura a uma nova visão: o Orixá Cósmico. O orixá, pela cosmogonia umbandista, nunca viveu na terra, ele é muito mais que o espírito desencarnado de um homem; Toda criação é o resultado do trabalho harmônico dos orixás, espíritos elevadíssimos, verdadeiros arquitetos e mantenedores da criação. 
Mantém-se na Umbanda o sincretismo religioso com o catolicismo e os seus santos, assim como no antigo Candomblé dos escravos, por uma questão de tradição, pois antigamente fazia-se necessário como uma forma de tornar aceito o culto afro-brasileiro sem que fosse visto como algo estranho e desconhecido, e, portanto, perseguido e combatido.

Alguns exemplos:
Exu - Santo Antonio no Rio de Janeiro, chamado de Bará no Rio Grande do Sul;
Ogum - São Jorge OU Santo Antonio na Bahia;
Oxossi - São Sebastião; no Brasil, São Jorge na Bahia;
Oxalá - Divino Jesus Cristo, o Ser Cristalino.

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